Holding Empresarial e Tributação: o que você precisa saber antes de estruturar
- Larissa Marcomini
- 7 de mai.
- 3 min de leitura
Muita gente acredita que abrir uma holding é o caminho certo para pagar menos impostos e proteger o patrimônio da empresa. Mas aqui vai um alerta importante: se a estrutura não for bem pensada, ela pode ter o efeito contrário.
Abrir uma holding por impulso, sem análise contábil e tributária, pode gerar mais imposto, mais burocracia e até riscos com o fisco.

“Mas não era pra economizar e proteger?” — nem sempre.
De fato, a holding pode ser uma boa estratégia para empresas que desejam organizar patrimônio, facilitar sucessão e até reduzir carga tributária.
O problema é quando o empresário cria a estrutura com base apenas em promessas genéricas ou cópias de modelos prontos.
Sem um planejamento fiscal bem feito, a holding pode:
Aumentar a carga tributária ao transformar rendimentos isentos em rendimentos tributáveis;
Complicar o controle contábil e gerar inconsistência nas declarações;
Gerar autuações se a Receita entender que a estrutura foi criada só para disfarçar distribuição de lucros ou evitar impostos.
Holding patrimonial, pura ou mista? A escolha errada custa caro.
Existem diferentes tipos de holding — e cada uma funciona melhor em um contexto. A decisão errada aqui impacta diretamente no seu bolso.
Veja a diferença básica:
Holding patrimonial: usada para concentrar bens (principalmente imóveis). Ótima para sucessão e organização do patrimônio.
Holding pura: atua como controladora de outras empresas, sem operação própria. Pode ajudar na reorganização societária e distribuição de lucros.
Holding mista: além de administrar bens ou participações, também presta serviços. Isso muda totalmente o regime tributário.
💡 O que quase ninguém diz: receber aluguéis ou prestar serviços dentro da holding pode gerar carga tributária superior a 22% se não houver planejamento.
A blindagem patrimonial só existe quando a estrutura tem fundamento
Blindagem patrimonial não é “esconder” bens — é organizar de forma que o patrimônio fique menos exposto a riscos. Mas a proteção só é reconhecida pela Justiça e pelo fisco quando a holding:
Tem contabilidade regular e separada;
Tem contratos reais entre as partes envolvidas;
Tem movimentação financeira compatível com o objetivo social;
Não foi criada apenas para fugir de obrigações fiscais ou trabalhistas.
Ou seja, não adianta abrir CNPJ e colocar tudo no nome da holding achando que está protegido.
Quando a holding dá certo (e quando vira dor de cabeça)
Funciona bem quando:
✅ A estrutura foi planejada com base no regime tributário da empresa e nos objetivos dos sócios ✅ Há clareza sobre sucessão, distribuição de lucros e obrigações contábeis ✅ Os sócios entendem como funciona a tributação e a gestão da nova empresa
Dá errado quando:
❌ A holding é criada só para "economizar imposto" sem mudar mais nada na operação ❌ Não há contabilidade separada nem controle dos bens e receitas ❌ A movimentação financeira não tem lastro e chama atenção do fisco
Antes de abrir uma holding, responda a esta pergunta:
“Minha empresa tem um motivo real, com base fiscal e societária clara, para abrir essa estrutura?”
Se a resposta for “não sei” ou “me disseram que é bom pra pagar menos imposto”, é hora de parar e reavaliar. Uma holding só faz sentido quando vem acompanhada de análise contábil, simulação tributária e planejamento sucessório bem feito.
Não é sobre ter CNPJ: é sobre ter estrutura
Na ELS, analisamos cada caso com olhar técnico e personalizado. Só recomendamos a criação de holding quando há vantagem real, mensurável e segura para o cliente.
Quer saber se esse é o momento certo para estruturar uma holding na sua empresa? Fale com a ELS e receba um diagnóstico consultivo.